“O mais importante é se respeitar”, afirma blogueira fitness

Por Juliana Vaz

A batalha por trás do sorriso cativante de Jamaica King, 28 anos, é como a de muitas mulheres: pela aceitação do seu corpo. Hoje com mais de 14 mil seguidores no Instagram @rarax3, ela sente que ainda não alcançou esse objetivo, mas está mais próxima dele e, reconhecendo isso, ajuda a inspirar mulheres que veem nela uma representação diferente das influenciadoras fitness.

Jamaica nasceu em uma pequena ilha chamada Rota, localizada no Oceano Pacífico (“ela mal aparece no Google Maps”, brinca). Aos 15 anos, mudou-se com a família para Los Angeles (EUA) e se adaptou com facilidade à nova cultura. Diferente do que esperava, ela não sofreu preconceitos dos novos vizinhos por ser de um biótipo diferente. “Pelo contrário, tive a sorte de conhecer pessoas muito legais por lá.” O que realmente a fez questionar sua beleza? As críticas da própria família e dos amigos próximos. “Por anos, ouvi comentários do tipo: ‘Você precisa emagrecer um pouco’; ‘Sua barriga é grande, não acha?’. Sem contar que sempre fui considerada a ‘amiga gordinha’ do meu grupo”, lembra. “Sem dúvida, isso fez com que eu desenvolvesse uma autoimagem frágil.”

“O pole dance mexeu com a minha autoestima”

Mas ela não entedia o julgamento disfarçado de preocupação com a saúde dela, uma vez que sempre se alimentou de maneira saudável e é adepta de uma vida ativa. “As atividades físicas sempre foram parte de mim. Adoro esportes de todos os tipos”, conta.

Em paralelo ao amor pelos exercícios, ela desenvolveu um hobby por videogames e foi contratada por uma grande empresa de desenvolvimento de jogos assim que concluiu a faculdade de comunicação. Com isso, sua rotina mudou, e treinar diariamente já não era mais possível. “O trabalho exigia horas e horas sentada. Além disso, como tinha que viajar muito, já não conseguia mais comer de forma tão regrada. A cada mês, ganhava mais quilos, e isso afetou minha saúde: sentia dores nas costas e perdia o fôlego para subir poucos lances de escada”. “Quando percebi, fiz o possível para retomar a frequência em horários alternativos. Em certo ponto, já estava conseguindo correr 2 km na esteira sem parar, mas ainda não via mudanças no espelho.”

Em 2013, com o cargo de produtora de vídeos e fotografia da empresa em que trabalhava, foi exigido que Jamaica tivesse um perfil online, para facilitar a interação com o público. Parece simples, mas não quando há uma dificuldade de aceitar sua própria imagem. “Li vários comentários desagradáveis sobre minha aparência, atacando diretamente meu ponto fraco: chamavam-me de gorda e faziam piadas.”

Determinada a mudar, ela investiu em um personal trainer. “Ele me ensinou a fazer os movimentos corretamente e a dar o meu melhor.” Finalmente, as mudanças visuais começaram a aparecer. “Mudei também minha alimentação, fazendo uma dieta restritiva. Perdi peso, e os colegas de trabalho e amigos começaram a me ver como alguém fitness. “A cada quilo perdido, mais eu me aproximava de uma meta. O problema era que, ao chegar nela, estipulava outra, me esforçando mais. Isso não gerou satisfação, mas, sim, ansiedade.”

Foi então que Jamaica começou a refletir sobre o motivo pelo qual se sentia frustrada, mesmo com o corpo mais magro. Ela percebeu a pressão que colocava sobre si para seguir a dieta e não perder nenhum treino, e a insatisfação era a mesma de quando estava acima do peso.

Em 2014, Jamaica começou a ver os exercícios de uma forma mais divertida. O principal responsável? O contato com a corrida, que ela amou de cara. Claro, com as viagens constantes, manter o treino e a alimentação era desafiador, mas, com isso, ela aprendeu que falhar também faz parte. “O mais importante é se respeitar. Se você quiser desistir por um tempo, está tudo bem.”

De 2015 a 2016, as provas e treinos de corrida pesaram. “A pressão para correr cada vez mais rápido começou a me afetar, o que me fez esquecer que iniciei o esporte
4por diversão, não por competição”, afirma. Ela então passou a fazer treinos criados pela personal trainer australiana Kayla Itsines, que utiliza movimentos com o peso do próprio corpo, muitas repetições e alta frequência cardíaca. Como o circuito pode ser feito em pouco tempo e não necessita de halteres, Jamaica conseguia fazê-lo até mesmo no quarto de hotel, o que a possibilitou conciliar exercícios físicos e trabalho.

“Antes minha relação com a atividade física e a alimentação era baseada em metas. Hoje as vejo como uma jornada com altos e baixos. Ao compartilhar minhas dificuldades, recebia tantas mensagens de incentivo que vi quanto o apoio, no lugar da cobrança, é mais positivo. E isso acabava me motivando mais.”

Seus seguidores, hoje, se identificam com sua honestidade e a forma física fora dos padrões atléticos. Nos últimos meses, Jamaica tem se mantido fiel aos treinos, além de ainda ser adepta da corrida – “agora sem cobranças”. Em uma foto de “antes e depois” postada em seu Instagram, Jamaica sintetiza o sentimento de muitas de nós: “Não sou 100% confiante. Parte de mim ainda sente vergonha do corpo, mas a única maneira de aumentar a autoestima é se permitir ser vulnerável enquanto segue adiante, mesmo que com passos lentos e curtos. Rumo à versão que você acredita ser a melhor de si mesma.”

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4 dicas de Jamaica para viver melhor em sua pele

Diminua as críticas que faz a si mesma e comece a destacar as partes do corpo de que mais gosta. “Foque nelas e não nos detalhes negativos.”

Aceite elogios. “Você não vai ser arrogante por isso.”

Arrisque-se. “Tente diferentes esportes, treinos outdoor, aulas… Não tenha medo de arriscar.

Não se abale. “Veio aquele pensamento na academia que as pessoas ao redor estão julgando você? Não o enfrente, aceite-o e siga em frnete. Quem se importa se estiverem?”

*Você tem alguma história incrível e quer contar para a gente? Escreva para redacao@revistawh.com.br.


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