É fato que a ciência não para de avançar. Dessa vez, a novidade é um brinco com hormônios para ser usado como anticoncepcional.
De acordo com o IFL Science, os cientistas se inspiraram na tecnologia já existente para fornecer hormônios contraceptivos através de jóias. Portanto, não são só brincos que podem ser usados dessa forma, mas também relógios de pulso, anéis ou colares.
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O conceito das jóias é o mesmo dos adesivos anticoncepcionais: discrição – especialmente em culturas onde o controle de natalidade é estigmatizado – e funcionalidade simultaneamente.
“Muitos itens de jóias, como brincos, anéis, colares, relógios de pulso e outros itens fazem contato direto com a pele. Com isso, eles poderiam discretamente abrigar um adesivo transdérmico”, explicou o autor Mark Prausnitz em um comunicado.
Vale ressaltar que não é o brinco em si que possui o hormônio, mas sim um acessório fixado a ele. Assim, é possível variar as jóias sem perder a eficácia do medicamento, desde que mantenha o dispositivo anticoncepcional em contato com a pele.
Processo de aprovação
Apesar de parecer uma ótima ideia, a equipe que desenvolveu o anticoncepcional ainda está fazendo testes para garantir a eficácia do método, além de pesquisas para ver se a população feminina está aberta a essa novidade.
Até então, as jóias com hormônio levonorgestrel foram testadas em orelhas de porcos e na pele de ratos sem pelos. Os resultados foram publicados no Journal of Controlled Release.
Como funciona o brinco anticoncepcional
O material que contém hormônios consiste em três camadas: um adesivo impermeável que se prende à parte de trás do brinco, uma camada com o conteúdo contraceptivo e um adesivo de pele para mantê-lo fixo e transferir o hormônio para o corpo.
Como normalmente as mulheres retiram as jóias na hora de dormir, os pesquisadores aplicaram os adesivos por 16 horas e os removeram por 8 horas. Durante esse período, os níveis de levonorgestrel caíram, mas não abaixo do limite necessário para que o hormônio permanecesse efetivo. No entanto, parece provável que as costas do brinco precisem ser trocadas semanalmente.
“A aceitabilidade pode ser maior porque usar ‘jóias contraceptivas’ pode soar menos como uma intervenção médica e mais como um componente da atividade diária normal da mulher”, disse Prausnitz. “Quanto mais opções anticoncepcionais estiverem disponíveis para elas, maior é a probabilidade de que as necessidades de cada mulher sejam atendidas.”