Não é novidade que as pessoas buscam cada vez mais por locais e experiências que as tirem da rotina pesada e da selva de pedras das grandes cidades. Contudo, o que talvez ainda não esteja claro é que um dos locais mais procurados por quem quer dar um tempo chama-se SPA.
Você já parou para pensar qual o significado e a história desta palavra? São três letras e duas versões:
Voltemos á Roma antiga, nos tempos de Cristo. Época em que o Latim era o idioma e que eram comuns as construções monumentais como o Fórum, o Coliseu, teatros, templos religiosos e, em lugar de destaque, as Termas (do latim “thermas”, que significa calor). Essas, mais imponentes, cheias de arcadas, colunas, esculturas, plantas ornamentais e com a função de abastecer grandes piscinas.
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Era ali que os aristocratas romanos se banhavam e, segundo a história, relaxavam os músculos e buscavam a cura de muitas doenças, como o reumatismo, a asma e a sinusite, por exemplo. Razão mais que comprovada, como mencionei na semana passada.
Por isso, em latim: sanitas per acqua. A tradução? “Saúde pela Água”, ou em siglas, SPA.
Há também a versão de que existe a cidade belga Spa, bem conhecida por suas termas e chamada de Acquae Spadanae – palavra que talvez tenha relação com o verbo latino spargere (“espargir” em português). As fontes termais de lá já eram procuradas por milhares de pessoas no século XIV por suas propriedades curativas. Eram, então, chamadas de Espa – que significa “fonte”, em valão – língua românica falada na Bélgica e na França.
Claro que, com o tempo, o significado foi mudando, se ampliando e segue em evolução. Houve um momento em que SPA nos remetia a um local onde passava-se fome para perder peso. Pessoas se internavam em uma imersão de atividade física e dietas pouco calóricas.
Mas nos tempos atuais, os SPAs em versões urbanas são locais onde as pessoas relaxam através de terapias com ou sem água, até mesmo em espaços em shoppings centers. E ganharam força, em especial, pela busca estética através de massagens e tratamentos.
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E o que parecia fútil para alguns, hoje tem propósitos de válvula de escape por períodos mais prolongados. Os resultados costumam ser de reencontro, quietação, mudança de hábitos, tempo para refletir sobre a vida ou tomar uma decisão e, até mesmo, desintoxicações mais sérias como tabaco, álcool e drogas.
Já se sabe que estar em um ambiente em meio á natureza pode ser uma ótima opção “médica” para quem vive sob estresse contínuo.
Recentemente estive no Spa Lapinha, próximo a Curitiba (Paraná), na cidade de Lapa. Em uma área de muito verde, o local entende que para a cura ser completa se faz necessário cuidar não só do ser humano, mas também da comunidade e do planeta, numa abordagem holística e integrativa. Bem diferente do que se entendia no passado.
É um lugar que chamei de “portal”. Difícil de descrever, mas que tem verde por todos os lados e que nos aconchega logo que chegamos. A energia é de arrepiar!
Ali, embora seja um centro médico há mais de 45 anos, as pessoas são tratadas como hóspedes, não como pacientes.
Somos indivíduos, cada qual com sua busca. Há quem esteja lá para a perda de peso, mas ate isso é visto de uma forma diferente. Entende-se que há muito além de um prato de comida caloricamente adequado, com orgânicos e uma dieta ovo-lacto-vegetariana, outros fatores que precisam ser levados em conta para se atingir o objetivo.
Mas não vou falar sobre o óbvio, mas sim o que pode ser novidade pra vocês. Esse #ESCAPES, assim como todos, busca maior qualidade de vida e bem estar. Por isso, durante minha estada ali, o que menos vi foram pessoas buscando por emagrecimento.
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A maioria delas estava ali para se reencontrar ou curar alguma outra ferida – a perda recente de uma esposa ou de um irmão, a decisão de mudar de vida profissional, a recuperação de um casamento abalado, a busca por “quem sou eu? Onde estou? E onde quero chegar?”, a decisão em “vou sair dessa!”, a vontade de fazer amigos, o grito sufocado de “preciso de um tempo pra mim”, o detox do ambiente ou da vida atribulada…
Vi pessoas chegando cabisbaixa e saindo com uma fisionomia mais feliz. Pessoas que tinham dificuldade em dormir, dormindo uma noite inteira. A evolução foi nítida. Inclusive, me surpreendi ao regular o meu sono! De quatro horas que eu dormia por noite, passei a dormir de sete a oito. Ganhei mais disposição e fiquei mais regrada na alimentação e em meus hábitos.
Cheguei a ficar um dia longe do celular – o que, pra mim, era algo que considerava ser impossível!
De fato, uma das experiências mais harmônicas com a proposta dessa coluna. Foram sete dias ali, com muitas trocas com pessoas, comigo e com a energia do local.
Como saldo, saí do Spa Lapinha com menos 2,4kg de peso e uns 10kg a menos de estresse, preocupação e agitação. Ganhei amigos para a vida e reabasteci as baterias necessárias para encarar a vida real.
Por isso, finalizo essa matéria sugerindo a você que procure se dar esse presente, dentro das suas possibilidades. Olhe mais para si, mas também olhe para quem te cerca. Afinal, quando estamos bem, fazemos bem a todos. E assim, reafirmo que fazer menos do mesmo, é viver melhor!