Por Redação Women’s Health Brasil
Quem não conhece a Bela Gil está por fora do mundo da alimentação saudável. A apresentadora ainda era adolescente quando descobriu a ioga e começou a se interessar pelos benefícios da nutrição natural. Depois, formou-se em Culinária Natural pelo Natural Gourmet Institute e em Nutrição e Ciência dos Alimentos pela Hunter College, e hoje apresenta o Bela Cozinha, no canal GNT, ensinando receitas feitas com alimentos naturais. Mas a aventura pelo mundo da nutrição não termina por aí. No dia 15 de dezembro, Bela lança seu terceiro livro, o Bela Cozinha – Ingredientes do Brasil, publicado pela Globo Estilo, em São Paulo.
Com um conceito totalmente vegano e sem glúten, a publicação propõe uma alimentação baseada em ingredientes orgânicos e característicos da culinária brasileira como cogumelo, abacaxi, castanha-de-caju, melancia, feijão, inhame e palmito. Inspirado em duas temporadas recentes do programa na TV, o livro convida a reflexão sobre a relação do indivíduo com a terra e com os alimentos e dá dicas sobre como é possível dar o pontapé inicial em direção a uma alimentação saudável.
Depois de visitar produtores orgânicos, Bela reuniu mais de 60 receitas saudáveis e práticas, como ragu de cogumelo com jambu, acarajé, moqueca de jaca verde, salada de quiabo com alho poró, sorvete da manga com inhame e gengibre e bolo de aipim com coco. Aproveitando a deixa, a WH bateu um papo com a apresentadora sobre o consumo consciente e a alimentação natural.
WH: O que é alimentação saudável para você? É mais do que um prato bonito e rico em nutrientes? Também tem a ver com o comportamento?
BG: Sim, a alimentação saudável é muito além de um prato bonito. Ela precisa levar saúde para a gente, mas também para a própria terra, para os produtores e para o meio ambiente. Quando temos ciência do que estamos ingerindo, de como aquele alimento foi plantado (tipo de agricultura), se é orgânico, convencional ou transgênico. Acabamos entendendo o nosso impacto na sociedade e no ambiente, e assim escolhemos melhor os ingredientes do nosso prato.
Cada vez vemos mais pessoas aderindo a uma dieta vegana. Por que você acha que isso está acontecendo?
Com a chegada da internet, e mais recentemente das redes sociais, das produtoras independentes, do Youtube e do Netflix, compartilhar sua visão de mundo, as imagens e informações para a grande massa ficou muito mais fácil. Então imagens de abatedouros, documentários sobre veganismo e o aquecimento global, notícias sobre a violência social e com os animais da agroindústria estão espalhadas por todos os lados. Não dependemos mais somente de alguns grandes jornais e emissoras de televisão para compreender o mundo.
É possível comer bem sem comer carne ou glúten?
É superpossível, porém não acredito que seja algo necessário para todos. Acho que devemos diminuir drasticamente o consumo de ambos e, para alguns, retirá-los completamente da dieta pode ser um ponto ainda mais positivo para a saúde.
Em termos de proteína, podemos substituir a carne por feijão, lentilha, grão de bico, sementes, quinoa, oleaginosas, inclusive bifes de glúten (seitan). Já o glúten não é uma proteína essencial para a nossa vida, então podemos ter uma dieta livre dele sem o menor problema. Já existem produtos que tradicionalmente levariam glúten e agora não o contém mais na receita, como massas, bolos, pães e cervejas, feitos agora à base de milho, mandioca, quinoa, arroz, lentilha, etc.
A oferta de alimentos orgânicos está crescendo nos supermercados, mas os produtos ainda são caros e não há tanta variedade. Qual dica você daria para quem quer consumir apenas orgânicos?
Consumir apenas orgânicos nas grandes cidades ainda é um grande desafio. Mas eu aconselho comprar os produtos nas feiras orgânicas, que, diferentemente das feiras convencionais, os vendedores são os próprios produtores ou familiares. Outra opção seria comprar diretamente das fazendas online. Muitas delas têm serviço de cestas que são entregues na porta de casa.
O desperdício de alimentos é muito comum entre os brasileiros. Quais dicas básicas você daria para evitar esse problema?
Primeiro seria exercitar o consumo consciente. Sem ele, nós compramos demais e sobra muita comida em casa. Uma vez que nos deparamos com o excesso de comida, eu aconselho congelar. Por exemplo: Se as frutas estão estragando, bata-as no liquidificador e faça um ótimo sorvete ou vitamina; você também pode congelar refeições prontas ou fazer um molho pesto com todas as folhas verdes e congelar.
Título: Bela Cozinha – Ingredientes do Brasil
Páginas: 200
Preço: R$ 49,90
Editora: Globo Estilo