13 perguntas que você deveria fazer antes de namorar alguém com filhos

Por Alexis Jones – Women’s Health EUA

namorar alguém com filhos
Foto Shutterstock

Namorar alguém com filhos eleva o grau de comprometimento. Mas, se você está pensando em construir uma história com essa pessoa, é legal responder algumas questões antes de tudo.

Segundo Rebecca Hendrix, terapeuta familiar dos Estados Unidos, uma conversa sobre compatibilidade é obrigatória. “A vida já é difícil”, diz Rebecca. “Então estar com alguém que também traz na bagagem crianças que não são suas – e, geralmente, um ex-relacionamento pode trazer algum tipo de conflito. Você terá possíveis desafios pela frente.” Ela aconselha bater um papo para ver se os seus desejos e vontades estão alinhados com o do parceiro (a).

Chloe Carmichael, psicóloga dos EUA, concorda. Ela recomenda sentar com seu namorado (a) e passar pelas questões a seguir sobre suas personalidades, estilos de vida, responsabilidades e relacionamentos antigos. Aqui vão algumas questões para se fazer antes de namorar alguém com filhos – ou, ao menos, mudar o status da relação.

13 perguntas para fazer antes de namorar alguém com filhos

1. Há espaço para um relacionamento?

A maioria dos homens/mulheres com filhos se vêem como pais antes de qualquer coisa – o que é muito compreensível, diz Chloe. Mas o que é importante aqui é saber se ele (a) conseguirá colocar você em primeiro lugar, quando necessário.

Enquanto as crianças aparecem em primeiro lugar da lista em muitas ocasiões – por exemplo, se tem algum acidente na escola-, seu parceiro (a) não deveria usar sua obrigação com os filhos como uma desculpa para não se dedicar ao relacionamento.

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“É considerado saudável ter limites para vocês serem casal e fazerem coisas de casal”. Se a pessoa com quem você está saindo só consegue tempo para as crianças, é bom você reconsiderar o relacionamento.

2. Quais são as suas responsabilidades nesta relação?

Essa é uma pergunta importante. O que seu parceiro (a) tem em mente quando se trata do seu relacionamento e as crianças? A tensão pode chegar quando vocês têm ideias diferentes sobre o papel que você executa na vida dos pequenos.

Chloe explica que é importante garantir que o parceiro (a) não espere que você tenha responsabilidades de criar e educar as crianças, como elaborar regras ou impor limites, a não ser que vocês tenham decidido isso juntos. De outro lado, você não quer se envolver mais do que eles esperam de você. Então, conversem a respeito.

3. Que tipos de limites serão impostos?

Seu parceiro (a) deveria tomar as rédeas dessa resposta. “Um dos pontos baixos de namorar um cara com filhos é que as crianças podem ser desrespeitosas com você”, fala Chloe. Se os filhos são pequenos, esse não deve ser um problema (ainda não, pelo menos). Mas se são um pouco mais velhos, podem ficar um pouco ameaçados pela presença de outra mulher.

Eles estão acostumados a ter o pai todo deles. Então é importante que ele saiba impor limites com as crianças também. “Vocês precisam garantir que ele consiga manter um tom respeitoso, não apenas de você para as crianças, mas também vice-versa”, explica.

4. Que tipo de divórcio aconteceu?

Muito frequentemente as pessoas pulam esta questão porque falar de ex-relacionamentos pode virar um grande problema quando você começa a namorar uma nova pessoa. Mas é como Rebecca diz: “essas não são perguntas de primeiro encontro”.

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Por favor, não vá perguntando para o crush como foi seu último término. Questionar sobre a (o) ex é algo que deve acontecer depois que você decidir investir naquele relacionamento. Mas antes do investimento, é importante saber onde está se metendo.

“Se eles tiveram um divórcio amigável, então possivelmente não vai afetar o seu relacionamento”, informa Rebecca. É possível até que você se veja formando uma amizade com a ex do seu parceiro (a), especialmente se eles estão separados há um bom tempo.

De qualquer forma, Rebecca avisa que se o parceiro (a) passou por um divórcio complicado, é possível que a ex interfira, sim, no seu namoro. “Há quem faça as crianças ficarem contra um dos pais ou deixam os pequenos assustados com a nova companheira do pai (mãe). É importante saber se há um vilão na história (se existe, meus sentimentos).

5. Quais são seus medos e preocupações?

Você vai precisar ficar vulnerável e se abrir sobre seus possíveis medos com este relacionamento. “Você pode ter um medo irracional, mas, se não discuti-lo, ele pode crescer e virar pura ansiedade”, diz Rebecca.

A pior coisa que você poderia fazer é criar cenários na sua cabeça que trazem consigo zero veracidade. Exemplo: ele levando as crianças para um encontro de vocês no cinema, enquanto ele pode ter uma regra pessoal de você não conhecer os pequenos até que estejam namorando há seis meses. Não invente problemas (isso vale para tudo na vida, por sinal).

6. Quais são as preocupações e medos dele?

Ao mesmo tempo, seu parceiro pode ter suas próprias preocupações sobre como manter esse relacionamento tranquilo. Deixe-o saber que você gosta de comunicação aberta, que gosta de sentimentos expostos. Quanto mais honestos vocês conseguirem ser um com o outro, mais chances desta relação funcionar.

7. Quais são as expectativas pelo tempo que passam juntos?

“Quando alguém tem filhos, seja um pai/mãe solo ou em guarda compartilhada, muito do tempo livre pode significar estar em visitas de fim de semana ou jantares na quarta-feira”, diz Rebecca. Então você precisa ter uma conversa sobre o tipo de relacionamento que quer quando chegar aquele tempo para ficarem juntinhos.

Se você é alguém que sonha em passar toda a noite agarradinha com o amado (a), as chances são de que isso não aconteça se há crianças em jogo. Em outras palavras, se está namorando alguém com filhos, saiba que não terá um “relacionamento normal”. E você precisa ser honesta, consigo mesma e com o parceiro (a), se isso é algo que realmente queira.

8. Como vocês se comunicam?

Comunicação e conexão são a chave de todo relacionamento, mas especialmente quando namora um jovem pai ou uma jovem mãe. Por que? Vê-los pessoalmente não é sempre uma opção.

“Quando você está com alguém que tem crianças, é importante se organizar para mensagens de textos ou ligações.” E está tudo bem, desde que ambos estejam na mesma página. “Se você consegue se comunicar bem por texto, mas a pessoa do outro lado, não, pode haver algum ruído para vocês ficarem conectados”, explica Rebecca.

Comunicação é muito, muito importante em um relacionamento, então isso é algo a perguntar se você quer que as coisas funcionem.

9. Vocês dois estão sendo pés no chão?

Se você já está se vendo empurrando uma criança feliz em um balanço durante um dia lindo de outono, volte para a realidade. Frequentemente Rebecca interage com casais em seus consultório com expectativas irreais sobre seu relacionamento. “Pode ser fácil de fantasiar, especialmente se gosta de crianças. Você pode começar a projetar suas fantasias de brincar com os pequenos, comprar sorvete para eles e ir a parques. Quando, na realidade, isso apenas poderia acontecer.” Poderia quer dizer que é uma aposta, não uma garantia. Estar envolvida em uma relação com alguém com filhos significa fazer sacrifícios. Uma boa parte do seu tempo você pode estar se perguntando se está bem com o fato de não ser sempre uma prioridade na vida dessa pessoa, explica Rebecca.

10. Com qual frequência você interage com as crianças?

Não há necessidade de surtar sobre o futuro do seu relacionamento se está namorando uma pessoa com um filho de 20 e poucos anos. “Você precisa considerar a idade nesse processo”, explica Rebecca. “Se o filho tem 17 anos e indo para a faculdade, o assunto pode não ser tão importante assim. Mas se eles têm 5, 9 ou 12, a história é completamente diferente. É sobre saber o que quer e poder falar não quando não quer algo, abrindo espaço para o que realmente deseja.”

11. Você está bem com seu parceiro ter um orçamento limitado?

Seu parceiro (a) pode não se dar ao luxo de ser impulsivo com seus planos, nem com as finanças. Seu namorado (a) pode ter despesas que você nunca considerou. “Ele (a) pode estar gastando muito dinheiro com pensão, deixando pouca grana para gastar, mesmo que ganhe bem.”

Então se você é o tipo de pessoa que gosta de viver como uma Kardashian, se pergunte se está disposta a deixar de lado um pouco de jantares de luxo diários e viver de macarrão a bolonhesa com os pequenos de vez em quando.

12. Como você lida com o ciúme?

A cena: é noite de terça-feira e seu parceiro (a) manda uma mensagem de texto avisando que vai se atrasar para o jantar porque ele (a) e a ex prometeram à filha que a levariam juntos para tomar sorvete. Somente os três. Como você se sente? A) Bem. Confiança acima de tudo. B) Uma vontade de virar a mesa com tudo que está por cima dela. Se sua resposta for a B é melhor repensar o fato de namorar alguém com filhos.

“É bem possível que essa pessoa precise manter conexões com a ex”, explica Rebecca. Então, no tempo em que ele (a) não está com você pode muito bem estar “com alguém que foi muito importante na vida dele (a) em algum ponto na vida tanto que decidiram ter um filho juntos.”

O ciúme pode facilmente chegar. E isso não significa que você seja louca (um pouco de ciúme é normal e até saudável). É importante saber se você é do “tipo ciumenta”.

Se a resposta for sim, você precisa descobrir se consegue processar esses sentimentos e trabalhá-los dentro de você, já que as chances são – especialmente se você está com uma pessoa legal – que as inseguranças estejam apenas em você, diz Rebecca.

13. Você gosta de crianças?

Honestamente, você pode pensar que seu parceiro (a) é quase perfeito, mas se não consegue se ver indo a apresentações de fim de ano, gincana da escola e assistindo o desenvolvimento de um bebê, talvez não seja a sua praia namorar alguém com filhos.

“Esses pequenos estarão lá no futuro. É bom garantir que você goste de crianças e que consiga se imaginar passando muito tempo com eles.”

Se no fim da conversa você perceber que não quer namorar alguém com filhos para seu futuro, está tudo bem – considere uma ajuda e não uma tomada crucial de decisão.