Lá se foram os dias em que um cílio ou um cisco eram as coisas que mais incomodariam a sua visão. Um homem de 60 anos procurou um médico reclamando de dor intensa e coceira no olho para descobrir que tinha um parasita interrompendo sua visão – nada menos que um tipo de lombriga.
Como se as coisas não pudessem ser ainda piores do que ter um verme andando pelo seu olho, médicos do New Medical Centre, em Kudapur, na Índia, onde o paciente foi tratado, precisaram remover o bichinho enquanto ele ainda estava vivo.
“O desafio era tirá-lo com vida do organismo, já que matá-lo dentro do olho traria muitas complicações”, explicou o oftalmologista Shrikanth Shetty, segundo o jornal The Daily Mail. “Foi difícil pinçá-lo porque ele ficava se movendo dentro do olho”.
Leia mais
Mulher tem olhos colados e perde os cílios após procedimento
Casos de cegueira por uso de lentes de contato triplicam em 5 anos
Jovem passa por transplante de córnea após nadar com lentes de contato
Uma vez que o bicho havia sido tirado, Shetty pode identificar o verme de 15 centímetros como da espécie Wuschereria bancrofti, um parasita que é geralmente transmitido pela picada de mosquito, segundo a World Health Organization (WHO). Testes mostraram que o homem também tinha outros vermes no sangue, o que exigiria novos tratamentos, disse a publicação.
É possível ter vermes nos olhos?
Vamos falar sobre o parasita específico encontrado no olho do homem em questão. Wucheria bancrofti é um tipo de verme que pode infectar seres humanos e atrapalhar o sistema linfático, causando uma condição chamada filariose linfática, de acordo com a WHO.
Esses vermes entram no corpo humano por meio de picadas de mosquito. Quando os insetos infectados picam alguém, eles transmitem a larva do parasita, que, então, viaja até o sistema linfático, onde continua a crescer. Ele pode viver no organismo de seis a oito anos e pode continuar se reproduzindo, gerando milhões de novas larvas, que habitam o sangue da pessoa.
Uma infecção por esses vermes geralmente não tem sintomas, mas, segundo a WHO, ainda pode causar lesão ao sistema linfático e rins, alterando o sistema imunológico. Porém, a infecção pode virar uma condição crônica, causando inflamação severa e inchaço.
Em casos raros, como a do homem na Índia, é possível que a infecção surja até mesmo nos olhos. Esse não foi o primeiro caso. Em 2015, o Tropical Journal of Medical Research divulgou a história de um homem de 34 anos que reclamava de vermelhidão, irritação e fotofobia (sensibilidade à luz) no seu olho esquerdo – e a Wucheria bancrofti também foi encontrada em seu organismo.
Essa infecção tipicamente ocorre em climas tropicais, principalmente em partes da Ásia, da África, além de partes do Caribe e América do Sul.