Minha relação com futebol nunca foi constante. Quando pequena, eu escolhi meu time baseado no do meu pai (como a maioria das crianças) e tive várias fases desde então.
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Houve épocas em que acompanhei todos os jogos, houve épocas em que eu nem mesmo sabia quando meu time estava jogando… Já suei atrás de comprar uma camiseta especial do centenário do time (só pra descobrir que não fazem na versão feminina) e até hoje tenho na gaveta meias 3/4 da versão do uniforme de 1997.
De uns anos para cá, no entanto, meu amor por futebol esteve quase nulo. Eu deixei de torcer para meu time e não tinha interesse algum em acompanhar a modalidade. Até mesmo a última Copa do Mundo passou praticamente despercebida por mim.
Não me leve a mal, sempre gostei de toda a festa nacional que acompanha a Copa (sair antes do expediente para assistir uma partida no bar? Pode contar comigo) e, claro, desejo que o Brasil leve a taça mas, assim como tudo em volta do futebol nos últimos anos, os jogos em si não prenderam minha atenção.
Isso até a última Copa do Mundo Feminina. Assistir aquelas mulheres correndo atrás da bola com tanta maestria reascendeu meu amor pelo esporte de tal maneira que passei a acompanhar até mesmo os jogos de outros grupos.
Percebi que o motivo pelo qual o futebol nunca prendeu definitivamente minha atenção é porque eu não me via representada nos jogos televisionados. Já, assistir a mulheres praticarem o esporte me fez pensar até mesmo que eu também conseguiria jogar daquele jeito (alerta de spoiler: não consigo).
Desde então, a vontade de jogar uma partida veio crescendo em mim mas havia alguns empecilhos no caminho.
Problema 1: eu moro no centro de São Paulo, não é fácil achar um campo para apenas “bater uma pelada” no fim de semana. Problema 2: minhas amigas são, em sua maioria, bem fisicamente ativas, mas quase nenhuma se interessou por montar um time, que dirá dois. Problema 3: eu nunca joguei futebol antes.
Por isso, eu decidi procurar um grupo de garotas que treinam a modalidade juntas. Não foi fácil. A maioria dos grupos que encontrei eram para homens ou, então, jogadoras mais experientes, até encontrar o Donas da Bola, aqui em São Paulo.
As meninas foram super acolhedoras (mesmo a maioria já tendo mais experiência que eu) e o treino em si divertido – apesar de aterrorizador no começo. Começamos com alguns passes e técnicas básicas para depois passarmos à partida.
90 minutos aterrorizadores depois, o aprendizado principal que tirei foi: se tratando desse esporte, teoria não vale de nada. Eu sei as regras que envolvem o jogo mas, quando você está no campo, o que conta é técnica e pensamento estratégico. O primeiro, eu peguei relativamente rápido (não me tornei nenhuma Marta, mas aprendi a maneira certa de chutar e isso pra mim já foi uma vitória).
Já, quanto ao segundo: eu tenho que parabenizar todos os profissionais do futebol e prometo não xingar tanto quando assistir a um jogo. Isso porque você pode ser excelente em chutar uma bola com precisão, força e direcionamento perfeitos mas, na hora que você está com ela em seu pé e o outro time começa a avançar em sua direção, o mais importante é conseguir manter o sangue frio, olhar ao redor e pensar rápido para analisar qual passe vai beneficiar melhor a jogada naquele momento.
Não posso dizer que uma aula já me fez jogar melhor (o pensamento estratégico acredito que só virá com o tempo e com a prática, quando eu me sentir menos ansiosa toda vez que a bola é tocada para mim) mas com certeza me fez reviver (na pele, dessa vez) o amor pelo esporte.
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O acesso ao treino foi possibilitado pelo Gympass, plataforma que permite que você acesse diferentes modalidades com uma só mensalidade. Ele é oferecido, principalmente, através de benefício corporativo.