Fantasias ofensivas para evitar neste Carnaval (e nos próximos)

Por Giulia Villa Real Seabra

fantasias ofensivas
Foto: Shutterstock

Quem aí já está animada para pular o Carnaval? Afinal o ano só começa depois dele, não é? Tem bloco e festas para todos os gostos, e todo mundo já está escolhendo qual fantasia vai usar neste ano. Mas tem que tomar cuidado: muitas das fantasias mais comuns usadas nesta época do ano podem ser desrespeitosas com populações, culturas e religiões. Veja quais fantasias ofensivas você deve evitar este ano, já que embora a princípio não pareçam, fazem apologia a xenofobia, racismo, machismo entre outros. Além do mais, nada melhor do que curtir sem ofender ninguém, né?

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Índio ou índia

Todos os elementos presentes em uma fantasia de índio ou índia fazem parte de uma cultura muito ampla e com significados profundos, sagrados e costumeiros para essa população. Ao utilizar esses elementos como fantasia você está se apropriando e ridicularizando toda esta cultura. A situação piora ainda mais se você pensar como esse povo, atualmente, perde cada vez mais espaço, é atacada e sofre com invasões do governo e homens brancos.

Fantasias ofensivas: Homens vestidos de mulher

Esse tipo de fantasia é muito comum nas festas de Carnaval em todo o país. Contudo, é uma prática errada a partir do momento que você está brincando com uma questão de gênero, reforçando estereótipos. Principalmente quando, na vida real, pessoas transexuais sofrem violências cotidianas e mulheres também.

“Nega maluca” ou blackface

ana maria braga
Foto: Reprodução/Rede Globo

Outra clara questão de apropriação cultural e racismo. O blackface surgiu por volta de 1830, quando homens brancos de pintavam de preto (de forma caricata) e se apresentavam para a aristocracia branca com o objetivo de satirizar a população negra. Muitos atores e atrizes brancos fizeram isso no passado justamente porque diretores não queriam contratar atores negros para fazerem parte dos filmes. O mesmo vale para looks que ironizam diferentes tipos de cabelo, como o Black Power – que também faz parte do movimento negro.

Fantasias ofensivas: Muçulmanos

Ao usar trajes do tipo, você contribui para generalizar e estereotipar um povo, desrespeitando também a religião islâmica. A situação piora ainda mais quando são feitas referências ao terrorismo nessas fantasias: nem todo muçulmano é terrorista e nem todo ato de terrorismo é praticado por pessoas que vêm do Oriente Médio.

Entidades

Se fantasiar de Iemanjá, por exemplo, que é uma divindade africana do Candomblé e da Umbanda, mostra desrespeito com essas religiões que até hoje sofrem com a intolerância e o racismo. Afinal, brincar com algo respeitado por muitos e motivo de credo não é legal.

Fantasias ofensivas: Pessoas em situação de rua

mendigo
Foto: Reprodução/Divulgação da Band

Inferiorizar a situação de morades de rua a uma fantasia de carnaval é extremamente desrespeitoso. Já que se trata de um problema real de pessoas que vivem na miséria e precaridade e que, na maior parte das situações do dia a dia, as pessoas inclusive ignoram.

Empregada (ou sexualização de outras profissões)

Essa é uma clara demonstração das relações de poder, machistas,  que regem a nossa sociedade.

Fantasias ofensivas: Feminista

fantasias ofensivas
Foto: Reprodução/Capricho

Fingir ser feminista, copiar (muitas vezes de forma sexualizada) vestimentas que comumente são usadas em protestos e satirazar símbolos em cartazes é um desrespeito com quem luta pela igualdade de direitos e com a causa em si. Você estereotipa e generaliza as feministas e tira sarro de suas conquistas. Além de atingir diversas pautas defendidas por elas como o combate ao machismo, assédio, agressão, desigualdade etc.

Japonesa ou cigana

Semelhante ao caso da fantasia de índio ou índia! Você está estereotipando toda uma cultura e população, além de utilizar-se de símbolos importantes para eles como forma de curtição ou ridicularização. Símbolos culturais não são fantasia!