O diabetes é uma doença crônica, que afeta mais de 415 milhões de pessoas no mundo. Infelizmente, esse número vem crescendo e estima-se que chegue a 642 milhões de portadores em 2040, segundo dados da Federação Internacional do Diabetes (IDF). No Brasil, os números só aumentam: Em 2015 eram 14,3 milhões de pessoas com diabetes. O número de diabéticos no Brasil está atrás apenas da China, da Índia e dos Estados Unidos. Mas por que a quantidade de pessoas com a doença só cresce?
“Isso está acontecendo graças ao estilo de vida das pessoas, que muitas vezes combina o sedentarismo à má alimentação”, diz Marcio Krakauer, endocrinologista e colunista da Sociedade Brasileira de Diabetes. As pessoas não sabem que hábitos ruins aumentam as chances de ter a doença. Segundo Marcio, cerca de 10% das pessoas que não têm diabetes possuem predisposição à doença.
Prevenção
“As causas podem ser genéticas, devido à obesidade e existem até ligações com a exposição à poluição e o consumo de alimentos industrializados”, afirma Marcio. O médico ainda chama atenção para a falta de informação sobre a doença: “O diabetes ainda é um assunto que precisa de atenção. Não é preciso muito para entender que para se prevenir basta mudar o estilo de vida.” Marcio brinca que é preciso ser radical quando o assunto é prevenção: “Por mim, cortaria da dieta a farinha branca, o açúcar e reduziria drasticamente o consumo de gorduras saturadas”.
Uma pesquisa realizada com mais de 2000 brasileiros em outubro deste ano pelo IBOPE, a pedido da Merck, empresa alemã líder em ciência e tecnologia, com o apoio da Sociedade Brasileira do Diabetes, revelou dados alarmantes. Para 92% dos entrevistados diabéticos ou cuidadores, a prática de atividades físicas, aliada a uma alimentação saudável, é de fundamental importância para o controle do diabetes – entretanto 2 em cada 3 pessoas não praticam exercícios (64%).
A pesquisa ainda mostrou que manter uma alimentação saudável é a maior dificuldade encontrada no tratamento.
É hora de se cuidar
Existem dois tipos de diabetes: a tipo 1 (condição crônica em que o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina), mais comum em crianças e adolescentes, e do tipo 2 (condição crônica que afeta o modo como o corpo processa o açúcar no sangue, ou melhor, a glicose), mais comum em adultos. Cerca de 90% dos portadores de diabetes têm o tipo 2 e 70% dos casos do tipo 2 podem ser prevenidos ou atrasados por meio da adoção de estilo de vida mais saudável.
“O número de diabéticos do tipo 2 entre crianças e adolescentes está crescendo também. Os jovens não fazem mais nada hoje, alimentam-se mal na escola e em casa. É algo que deveria começar dos pais, mas a alimentação repleta de açúcares e gorduras é ainda mais estimulada por eles”, afirma Marcio. “É hora de mudar esse estilo de vida ou os números crescerão ainda mais.”
Quando mal tratadas, as altas taxas de glicose no sangue podem favorecer algumas complicações como doença renal, neuropatia e má circulação nos membros inferiores, problemas oculares e pele mais sensível. A cada 6 segundos, uma pessoa morre de diabetes no mundo (foram 5 milhões de mortes em 2015).