Como seu corpo funciona em uma prova de resistência?

Por Jessica Migala

prova de resistência

Quer saber toda a ciência que age no seu organismo durante uma prova de resistência? A gente te conta.

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Na largada

  • Muito ansiosa? Diga para si mesma palavras otimistas para ficar mais tranquila – isso acalma seu cérebro e amplia seu foco. É muito melhor do que se sentir pressionada, o que libera hormônios do estresse que podem fazer com que você corra rápido demais.
  • Pouco antes da prova, sua frequência cardíaca e respiração aumentam e uma onda de adrenalina faz o sangue correr pelos seus músculos. É o seu corpo se preparando para a atividade de logo mais.

Na prova de resistência: Valendo!

  • Nos primeiros 2 ou 3 minutos, você está cheia de glicogênio (reservas de energia nos seus músculos). Uma vez que ele se vai, o corpo busca apoio nos carboidratos e outros  nutrientes armazenados para completar a prova. É por isso que apostar no carbo é válido: capriche neles nos dois dias anteriores ao evento.
  • Durante a prova, suas pernas batalhadoras demandam 50 vezes mais  oxigênio do que elas precisariam em descanso.

Na prova de resistência: Encontrando seu ritmo

  • Com o aumento da temperatura do corpo, o seu sistema de ar condicionado natural (mais conhecido como suor) entra em ação para você não superaquecer. Seu corpo é capaz de pingar quase 3 litros em uma hora durante um dia quente e úmido, então não pule as estações de hidratação (vá de, pelo menos, 300 ml a cada 10 ou 20 minutos).
  • Enquanto os músculos trabalham muito pesado, o sangue é afastado do seu estômago. Isso significa que a digestão funcionará a passos de tartaruga. Mas, se você não reabastecer, começará a ficar para trás. Se a prova durar mais de uma hora, aposte nos carboidratos em gel ou bebidas isotônicas; barrinhas são mais difíceis de digerir e você pode acabar com dores de barriga.

Na prova de resistência: Os últimos quilômetros

  • Mantenha um ritmo confortável (você deve conseguir falar enquanto corre) para evitar cãibras e espasmos. Se elas acontecerem, ingira outro carboidrato em gel ou mais bebida isotônica e faça do seu objetivo completar a prova.
  • Muito exausta? Focar na fadiga faz com que os músculos cansados fiquem ainda mais cansados. Executar atividades cerebrais simples, como relembrar a tabuada, ajuda a esquecer a dor.
  • Quando o fim estiver bem próximo, dê tudo de si . O metabolismo anaeróbico vai dar as caras, aumentando a habilidade dos músculos de acessar as últimas reservas de energia — permitindo que se contraiam mais rapidamente — e você poderá acabar a prova como uma diva.

O dia seguinte

  • Fibras musculares inflamadas causam muita dor. Um comprimido de ibuprofeno pode aliviar a situação, mas não irá acelerar a recuperação, que se inicia depois de 72 horas. Até lá, vale se jogue na macarronada sem culpa. Você acabou de incinerar uma tonelada de calorias e seu metabolismo estará acelerado pelas próximas 48 horas.
  • Pendure aquela medalha onde possa ver e lembrar do quanto foi incrível. Recordar um objetivo alcançado dá ainda mais confiança, além de melhorar a habilidade de lidar com os pequenos momentos estressantes do dia a dia. Quando aquele seu brinco desaparecer (nós sabemos que ele gosta de se esconder com seu elástico de cabelo), a situação vai parecer nada em comparação com o que você já enfrentou.

Fontes: Greg Chertok, mestre na Telos Sport Psychology Coaching (EUA); John Higgins, diretor na McGovern Medical School at UTHealth (EUA); Nancy Williams, da Penn State University (EUA) e Arthur Weltman, phD na University of Virginia.